Para cardeais brasileiros, a 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos prossegue em um clima fraterno e de diálogo. No
quarto dia do evento, (08/10), os padres sinodais refletiram sobre temas como
casais de segunda união e a união de pessoas do mesmo sexo.
Em
seu discurso, dom Damasceno, que é também presidente delegado do Sínodo,
pediu para que a Igreja ampare as “situações familiares difíceis”. “A
Igreja tem de ter um olhar de compreensão para todos os dramas que
vivem, hoje, muitos casais e famílias. É preciso atitudes de
misericórdia, aproximação e compreensão para com essas pessoas”,
afirmou. Sobre os casais de segunda união, o cardeal disse ser
importante avaliar cada caso e encontrar um caminho que possa levar a
paz, também, a esses casais.
Diálogo e clareza
Sobre
os andamentos do trabalho da Assembleia do Sínodo, o prefeito da
Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida
Apostólica, cardeal João Braz de Avis, recorda que o papa Francisco tem
incentivado o diálogo aberto nas sessões. “Ficamos admirados com a
liberdade com que o papa Francisco nos colocou. Percebemos nos trabalhos
dos Sínodo um equilíbrio nas várias posições que cada um tem. O que o
papa deseja é que se fale com transparência, que escute com humildade e
que se fale com clareza”, acrescentou.
O
Instrumento de Trabalho, que trata dos “Desafios pastorais da família no
contexto da evangelização”, tem norteado as reflexões. Na avaliação do
arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, o método de
trabalho nesta Assembleia Sinodal está evitando a repetição dos mesmos
temas. “O Santo Padre convocou o Sínodo para ouvir. Ele, o tempo todo,
ouve e pediu aos padres sinodais para que sejam livres em suas
intervenções e falem abertamente. O clima do Sínodo está muito
fraterno”.
A
reunião conta com a presença de 191 padres sinodais e 62 participantes
entre especialistas, auditores e delegados fraternos. Na opinião do
arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, o Sínodo
tem proporcionado uma discussão valiosa sobre a importância da família,
levando em consideração as mudanças culturais.
“Cardeais,
bispos, padres, leigos e casais juntos com o papa Francisco estão
buscando encontrar o melhor para incentivar as famílias a contrair o
matrimônio. Ao mesmo tempo, também, pensam em possibilidades para ir ao
encontro daqueles que estão na Igreja e querem participar mais”, disse
dom Orani.
O
Sínodo tem duas sessões diárias, em que são tratados os temas indicados
pelo Instrumento de Trabalho. A reunião prosseguirá até o dia 19 de
outubro.
Fonte: CNBB
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