sábado, 5 de outubro de 2013

Construir a Paz no Mundo

Bispo Diocesano de Parnaiba.
Sabemos que Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade! (Cf. 1 Tm 2, 4). Mas estamos no mundo e com todos os riscos à salvação, envolvidos pelo terrível mistério do pecado.

     "Eu não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. " (Jo 17,15-18).

Precisamos confrontar a nossa vida  com o Evangelho, cada dia com maiores exigências, a prática dos cristãos e dos organismos de governo da Igreja. Por outro lado, pelo mundo inteiro cresce a consciência dos valores éticos a serem reconhecidos e respeitados no trato com a coisa pública. Em nosso país, pelo menos a sensibilidade da sociedade se torna mais aguçada, para reagir diante da corrupção e dos desmandos existentes nos vários níveis de poder.

Aumentado o escândalo, a vigilância se torna mais atenta. As parábolas de Jesus são tiradas dos fatos cotidianos ou da natureza, para lançar luz sobre os acontecimentos e suscitar novas decisões nas pessoas.  No Evangelho de São Lucas, recheado de sensibilidade pelos mais pobres, ganham relevo algumas delas, cuja atualidade se torna um verdadeiro presente de Deus para o nosso tempo. Um administrador ladino (Lc 16, 1-13) deve prestar contas de sua administração e, de acordo com os devedores de seu patrão, oferece-lhes um desconto extra.

Hoje tais acordos são milionários, com dinheiro que atravessa fronteiras para ser "lavado" ou entidades fictícias. E envolvem altas esferas dos poderes das diversas nações do mundo! Sabemos ainda que a esperteza dos interesses econômicos pode até ser justificada em nome do grande valor da paz. Não é de pouca monta o que corre pelo mundo com a fabricação e comercialização de armas. Justamente agora, usando as armas bíblicas da oração e do jejum, na grande convocação feita pelo Papa Francisco, foram desconcertados os poderes do mundo.

 Ele pediu a verdadeira paz para não acrescentar uma guerra a mais às existentes. A voz do Papa ressoou pelo mundo: "É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? Queria que de todos os cantos da terra gritássemos:

Sim, é possível para todos!

 E mais ainda, queria que cada um de nós, desde o menor até o maior, inclusive aqueles que estão chamados a governar as nações, respondesse: Sim queremos! A minha fé cristã me leva a olhar para a Cruz. Como eu queria que, por um momento, todos os homens e mulheres de boa vontade olhassem para a Cruz! Na cruz podemos ver a resposta de Deus: ali à violência não se respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte.

 No silêncio da Cruz se cala o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz. Queria pedir ao Senhor que nós cristãos e os irmãos de outras religiões, todos os homens e mulheres de boa vontade gritassem com força: a violência e a guerra nunca são o caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação: olha a dor do teu irmão.

Que acabe o barulho das armas!

 A guerra sempre significa o fracasso da paz, é sempre uma derrota para a humanidade. 'A paz se afirma somente com a paz; e a paz não separada dos deveres da justiça, mas alimentada pelo próprio sacrifício, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade'

Firme na fé e fiquem com Deus!









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