Você é daqueles que não consegue
ficar sem internet durante uma hora sequer? Sente necessidade de
compartilhar tudo o que vê e faz, fica extremamente irritado quando um
vídeo não carrega rápido ou alguém pede para você deixar de lado seu
PC, notebook ou tablet? Deixa de sair ou fazer coisas simples do seu
cotidiano para passar horas nas redes sociais? Cuidado, você
pode estar no rol dos viciados em internet, um problema que atinge cerca
de 50 milhões de pessoas no mundo, segundo estudos da Universidade La
Salle nos Estados Unidos.
Para muitos é difícil estipular quando
uma pessoa é viciada em internet, já que esta pode ser usada para
trabalho, estudo e outros fins que nos fazem conectados durante todo o
dia, por exemplo. Mas, para alguns médicos e especialistas, existe sim
esta dependência que já pode ser considerada tão crônica como o vício de
substâncias como cocaína e álcool. Vale lembrar que o uso compulsivo da
internet foi reconhecido pela Associação Americana de Psicólogos e
ganhou o nome Internet Addiction Disorder (Disfunção do Vício de
Internet).
O primeiro a usar o termo “vício de
internet” foi o psiquiatra americano Ivam Goldberg, que estipulou uma
série de critérios que definiriam um adicto na rede. Entre eles podemos
citar pensamentos obsessivos acerca do que pode estar acontecendo em
internet, necessidade de aumentar a quantidade de tempo na rede para
conseguir satisfação, fantasias ou sonhos sobre a net. Uma outra
cientista, a qual tem realizado um trabalho internacional, é a Dra.
Kimberly Young, da Universidade São Boaventura, nos Estados Unidos, e
diretora do Centro de Recuperação de Dependentes de Internet, autora dos
livros ‘Pego pela Rede’ traduzido para mais de seis línguas e
‘enrolados na rede’.
Para Young, os sintomas do vício em
internet são semelhantes aos dos controles dos impulsos, como vício em
jogos, sexo ou compras, ou seja, um vício sem drogas. “Eles
começam a perder prazos importantes no trabalho, passar menos tempo com
sua família e, lentamente, mudam suas rotinas normais. Negligenciam
relações sociais com amigos, colegas de trabalho e com suas comunidades;
finalmente, suas vidas se tornam incontroláveis por causa da internet”,
afirma Dra. Young referindo-se aos adictos na net.
No Brasil, a Associação Viver Bem,
ligada ao Hospital das Clínicas de São Paulo (SP) tem feito um trabalho
semelhante ao da Dra. Young, nos Estados Unidos; é o projeto ANJOTI, o
qual visa o tratamento de pessoas com trantornos do impulso. Para a
psicóloga do projeto, Renata Maransaldi, é preciso que os pais e
familiares fiquem atentos à quantidade de tempo que a pessoa fica
conectada à rede. “Muitas vezes, a pessoa fica horas na internet e,
quando alguém solicita a sua presença, ela fica extremamente irritada”,
explica a profissional.
Como tratar pessoas com este quadro patológico tão complexo?
Segundo Renata, é preciso que a pessoa
ou seus familiares busquem ajuda profissional para diminuir os impactos
do mundo digital no cotidiano dela. “Quando se chega num estágio
patológico, é preciso uma avaliação psicológica e psiquiátrica que
caminhem juntas. Se a pessoa seguir o tratamento, com o uso da medicação
e da psicoterapia, ela tem uma melhora significativa, porque o
tratamento não é voltado apenas para o uso da internet, mas para os
prejuízos que ela provoca na vida social do sujeito” conclui Renata.
Veja, abaixo, os sintomas mais comuns do vício na internet.
Por daniel Machado
Fonte: destrave/cançao nova
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