terça-feira, 19 de junho de 2012

Rio+20, "a luta pelo futuro de nossos filhos"



Rio de Janeiro (RV) - Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta.

Desde a Eco-92, o tema do desenvolvimento sustentável ocupa lugar central na política externa brasileira. A proposta do país de sediar a Rio+20 se enquadrou nessa prioridade: criar a oportunidade para que todos os países das Nações Unidas se reunissem, mais uma vez no Rio de Janeiro, para discutir os rumos do desenvolvimento sustentável para os próximos vinte anos.

Em 1992, ano da Eco-92, o mundo havia recém-saído da Guerra Fria e a Europa assinava o Tratado de Maastrich, um marco para a formalização da União Europeia. Ao mesmo tempo, a agenda ambiental ganhava força e passava a ser discutida por toda a sociedade. Agora, na Rio+20, a discussão ambiental ganhou mais urgência, diante do aumento da temperatura global e da perda de recursos naturais do planeta. O equilíbrio de forças global mudou com a ascensão de países emergentes como China e Brasil. Mas a crise econômica, com seu epicentro na Europa, e as medidas para combatê-la ofuscam as preocupações com mudanças climáticas.

Severn Cullis-Suzuki tinha 12 anos quando discursou na Eco-92, impressionando a sala de delegados e o mundo. Vinte anos depois, a canadense é uma ativista ambiental reconhecida internacionalmente.

“Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir. Estou aqui para defender as crianças que passam fome pelo mundo e cujos apelos não são ouvidos. Estou aqui para falar em nome das incontáveis espécies de animais que estão morrendo em todo o planeta, porque já não têm mais aonde ir. Não podemos mais permanecer ignorados!.

Eu tenho medo de tomar sol, por causa dos buracos na camada de ozônio. Eu tenho medo de respirar este ar, porque não sei que substâncias químicas o estão contaminando. Eu costumava pescar em Vancouver, com meu pai, até que, recentemente, pescamos um peixe com câncer. E, agora, temos o conhecimento que animais e plantas estão sendo destruídos e extintos dia após dia”.

Foi um apelo intenso, pessoal e provocador. Políticos de todo o mundo se levantaram para aplaudir Cullis-Suzuki. O político e ativista ambiental estadunidense Al Gore lhe disse que ela tinha feito o melhor discurso de toda a conferência.

"Vocês não sabem como reparar os buracos na camada de ozônio. Vocês não sabem como salvar os peixes das águas poluídas. Vocês não podem ressuscitar os animais extintos. E vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje há desertos. Se vocês não podem recuperar nada disso, por favor, parem de destruir!"

O discurso de Severn Cullis-Suzuki deu a volta ao mundo. O vídeo já foi visto por mais de 18 milhões de pessoas. Mas indagada se foi bem sucedida, a resposta não é fácil: "É difícil avaliar a influência que tive na consciência das pessoas. Hoje, 20 anos depois, diria que não conseguimos transformar o mundo num local mais sustentável".

“Vocês, adultos, dizem que nos amam... Eu desafio vocês: por favor, façam com que suas ações reflitam as suas palavras!”.

Mãe de dois filhos, ela diz que a perspectiva pode ter mudado, mas sua mensagem continua a mesma. "Estive no Rio para a Cúpula da Terra há 20 anos. Tinha apenas 12 anos. E quando falei para as Nações Unidas estava lutando pelo meu futuro. Hoje, 20 anos mais tarde, a luta é pelo futuro dos meus filhos".

Proteção ambiental, desenvolvimento econômico e inclusão social serão os pilares da Conferência Rio+20. O Brasil deverá aproveitar a oportunidade para demonstrar que é possível entrelaçar esses conceitos e transformá-los em realidade.
 
Fonte: Rádio Vaticano

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