sábado, 28 de abril de 2012

Mensagem por ocasião da Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais


A 49a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais, que será celebrada no IV domingo de Páscoa, 29 de Abril de 2012, convida-nos a refletir sobre o tema: “As vocações, dom do amor de Deus”. O tema, como todos os anos, foi proposto através de uma mensagem enviada pelo Papa Bento XVI.
O Papa, assim, expressa que “a fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est; quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele “escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença” (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda “antes” de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, “criou-nos do nada” (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.


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Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura e, particularmente, cada pessoa humana é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada “gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo” (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o “primeiro passo”, e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor “derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm 5, 5).
É a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar “como” Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo.
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46).
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o “centro vital” de todo o caminho vocacional seja, sobretudo a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a “medida alta” do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
O Papa expressa ainda em sua mensagem o desejo de que as dioceses se tornem “lugar” de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25).

Fonte: Diocese de Taubaté - SP



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