De
tempos em tempos, a mídia traz como manchete este tema e quase sempre
polemizando de forma a confundir as pessoas. O Papa João Paulo II, em sua carta
de 1967 intitulada “Celibato Sacerdotal” afirma: “O celibato sacerdotal, que a
Igreja guarda desde há séculos como brilhante pedra preciosa, conserva todo o
seu valor mesmo nos nossos tempos, caracterizados por transformação profunda na
mentalidade e nas estruturas(CS n.1) O que ficou na cabeça de muita gente
depois da reportagem no Fantástico, domingo passado, foi de que a Igreja
deveria abolir o celibato e assim resolveria todos os problemas. Afinal os
sacerdotes são homens e, no mundo atual, é quase impossível viver este
testemunho de renúncia e de entrega. O que nós entendemos é diferente.
No Novo Testamento vemos que, “ Jesus escolheu os
primeiros ministros da salvação e quis que eles fossem participantes dos
mistérios do reino dos céus (Mt 13,11; cf. Mc 4,11; Lc 8,10), cooperadores de
Deus a título especialíssimo e seus embaixadores (2Cor 5,20), Jesus que lhes
chamou amigos e irmãos (cf. Jo 15,15; 20,17), e se consagrou por eles para que
também eles fossem consagrados na verdade (cf. Jo 17,19), prometeu
superabundante recompensa a todos quantos abandonem casa, família, mulher e
filhos pelo reino de Deus (cf. Lc 18, 29-30). E até recomendou, com palavras
densas de mistério e de promessas, uma consagração mais perfeita ainda, ao
reino dos céus, com a virgindade, em conseqüência de um dom especial (cf. Mt
19,11-12). A correspondência a este carisma divino tem como motivo o reino dos
céus (ibid. v 12); e, do mesmo modo, é neste reino (cf. Lc 18,29-30), no
evangelho (Mc 10, 29-30) e no nome de Cristo (Mt 19,29), que se encontram
motivados os convites de Jesus às difíceis renúncias apostólicas no sentido
duma participação mais íntima na sua própria sorte”(CS 28).
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A
Igreja tem consciência da escassez de sacerdotes em relação às necessidades da
população do mundo. Ela sabe também que não é abolindo o celibato que vai
resolver o problema. Hoje, há igrejas onde os ministros são casados e sentem a
mesma dificuldade. Posso dizer, olhando a nossa realidade, que temos um bom
número de sacerdotes, cinco em missão em outras Igrejas, e mais de trinta
jovens se preparando para assumir a missão de evangelizar como sacerdotes
celibatários. A promessa do Senhor não falha: “Vos darei Pastores segundo o meu
coração”( Jr 3,15). “Para Deus tudo é possível”(cf. Mc 10,27). Vamos orar como
disse Jesus: “A Messe é grande, os operários poucos, pedi ao Senhor que envie
operários para sua messe”( Mt 9,37).
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