Nesta quinta-feira, (22/10) a Paróquia de São Sebastião encerrou os 10 dias de festividade em Honra a Mãe rainha três vezes admiráveis de Schoenstatt.
A festa teve inicio no dia 13 de outubro e todas as noites fiéis participaram das celebrações e novenas realizada no Santuário da Mãe Rainha que fica localizada fundo do convento de São Sebastião.
A procissão percorreu as principais ruas
FOTOS PASCOM SÃO SEBASTIÃO
Conheça a História da Imagem Peregrina Original
Pe. Argemiro Ferraccioli / Ir. M. Rosequiel Fávero – Desde
que João Pozzobon iniciou sua caminhada com a imagem da Mãe e Rainha de
Schoenstatt, já passaram mais de 50 anos. Com a idéia genial de fazer
as pequenas imagens peregrinas que visitam as famílias, em 1959, este
seu empenho apostólico se multiplicou lentamente, a ponto de, na
atualidade, ter se tornado um verdadeiro fenômeno. Nas mais de 90 nações
onde foi aceita, a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt,
literalmente ‘invade’ escolas, prisões, hospitais, estabelecimentos
comerciais e milhões de famílias, levando às pessoas as graças dos
Santuários de Schoenstatt.
Desde alguns meses tem crescido o interesse pela história da assim chamada ‘Imagem Peregrina Original’, ou seja, a imagem da Mãe e Rainha de Schoenstatt que João Pozzobon recebeu em 1950 e carregou durante 35 anos. Antes de morrer, João Pozzobon confiou esta imagem histórica às Irmãs de Maria de Schoenstatt, que a custodiam no Centro Mariano, sede do Movimento de Schoenstatt em Santa Maria. Assim foi publicado A atenção a esta imagem foi intensificada por algumas notícias que circularam desde setembro de 2004, que ligam esta imagem histórica com o Santuário Filial de Nueva Helvetia/Uruguai, e com a afirmação que ela mesma – a Imagem Peregrina ‘Original’ – teria sido feita no Uruguai, onde fora presenteada à Ir. M. Teresinha Gobbo. Esta imagem ela teria entregado a João Pozzobon em setembro de 1950. |
Estes dados não coincidem com aqueles já conhecidos e, como era de
esperar, provocaram certo ‘choque’ na terra de origem da Campanha. Como
se têm multiplicado artigos com esta ‘presumida’ história da Imagem
Peregrina Original, nada mais justo do que se fizesse uma pesquisa
histórica, para que os fatos fossem esclarecidos.
Para esta tarefa, foram consultados os arquivos históricos da causa
de canonização de João Pozzobon e da secretaria da Campanha em Santa
Maria/Brasil, que constam de anotações do Sr. João e também de gravações
com entrevistas suas feitas ainda pelo Pe. Esteban Uriburu. Desta
pesquisa, resultam os dados que seguem. Estes não querem aumentar nem
diminuir as origens da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, mas
cuidar que as informações noticiadas sejam de acordo com os fatos
realmente acontecidos.
A versão da história da Imagem Peregrina Original veiculada em
algumas páginas Internet e na Revista ‘Tuparendá’ de setembro/2005
(edição 247) relata que nos anos 40, em Nueva Herlvetia/Uruguai, uma
Irmã de Maria realizou um apostolado semelhante ao de João Pozzobon,
fazendo peregrinar algumas imagens ‘portáteis’ da Mãe e Rainha de
Schoenstatt.
Estas imagens eram feitas pelo mesmo marceneiro que esculpira o altar
do primeiro santuário filial. Ir. M. Terezinha Gobbo, uma das primeiras
Irmãs de Maria brasileiras e, na época, empenhada na edificação do
Movimento de Schoenstatt no Brasil, teria visitado Nueva Helvetia em
1950 (o que realmente aconteceu em outubro de 1949) e se interessado
pelas imagens da Mãe e Rainha ‘portáteis’, encomendando algumas ao hábil
marceneiro. Este teria feito três modelos diferentes que, tendo
agradado Ir M Terezinha, lhe foram gentilmente presenteados. O relato
ainda afirma que teria sido uma destas imagens que fora entregue a João
Pozzobon, em setembro do mesmo ano.
Infelizmente, as pessoas diretamente envolvidas nesta história não vivem mais. Mas foi possível averiguar alguns dados.
Em primeiro lugar, a descrição feita das ‘imagens portáteis’
relatadas nos artigos (retangulares, com portinhas e com uma cruz) não
corresponde àquela dada pelo próprio João Pozzobon sobre a Imagem
Peregrina Original, nas suas entrevistas ao Pe. Esteban Uriburu. Segundo
seu próprio relato, a imagem não tinha cruz (colocada por ele somente
no ano de 1964) nem tinha portas. Estas foram feitas mais tarde, para
proteger a imagem.
Assim é a verdadeira história
É de conhecimento geral em Santa Maria, e também confirmado pelo
próprio João Pozzobon nas suas anotações, que em 1950 foram feitas
algumas imagens ‘iguais’ da Mãe Três Vezes Admirável, em madeira e na
forma do Santuário (Falou-se muito tempo de três imagens, João Pozzobon
se recorda de quatro imagens iguais). Estas foram confiadas a homens do
Movimento para peregrinarem entre as famílias em preparação à
proclamação do dogma da Assunção de Maria. Isto contradiz a versão que
teriam existido três modelos diferentes de Imagens Peregrinas e que um
destes teria sido entregue a João Pozzobon. Existem nas crônicas do
Movimento de Santa Maria fotos de outubro de 1950, com quatro imagens
‘peregrinas’.
Infelizmente, não existem notícias do paradeiro destas outras imagens
nem da identidade dos outros homens que exerceram este apostolado. Eles
devem ter feito o que lhes foi proposto: peregrinar com a imagem
durante pouco tempo, até a proclamação do dogma. João Pozzobon continuou
‘somente’ por mais 35 anos!
Da metade dos anos 40 à metade dos anos 50, a devoção à Mãe e Rainha
de Schoenstatt foi criando raízes em Santa Maria e nos arredores. Depois
da inauguração do Santuário Tabor, foram organizadas muitas romarias e
procissões. Por isso, foram feitas também outras imagens da Mãe Três
Vezes Admirável, em madeira e na forma de Santuário, um pouco menores
que a Mãe Peregrina Original. A crônica do Movimento de Santa Maria
relata que, por exemplo, em 1953, na 2ª edição da Romaria da Primavera,
participaram três mil pessoas e foram trazidas ao Santuário quinze (!)
imagens da Mãe e Rainha. Provavelmente, trata-se destas imagens.
Como surgiu o formato da Imagem
Quanto ao formato da Imagem Peregrina Original, existem documentos
que afirmam que – como modelo – foi tomada uma pequena imagem da Mãe e
Rainha em madeira e na forma de Santuário, vinda da Alemanha e
pertencente a um grupo de Irmãs de Maria. A Irmã proprietária desta
imagem, deixou descrito detalhadamente os diálogos com a Ir. M.
Terezinha sobre os planos de fazer as ‘imagens peregrinas’ segundo o
modelo da sua capelinha.
A própria Ir. M Terezinha ainda vivia quando era já contada a
história que o modelo da Imagem Peregrina Original foi tirado da imagem
deste grupo de Irmãs. E ela nunca se opôs a esta versão, o que
testemunha a sua veracidade. Já quanto ao lugar onde foram fabricadas as
imagens, quando perguntado por Pe. Esteban Uriburu, João Pozzobon não
duvidou em indicar uma escola técnica de marcenaria dirigida, na época,
por Irmãos Maristas. (A ‘Escola de Artes e Ofícios’, situada na Avenida
Rio Branco, em Santa Maria, extinta nos anos 80.)
Quem teve a idéia de fazer peregrinar a imagem da Mãe e Rainha nas famílias?
É difícil responder esta pergunta. Segundo os testemunhos de João
Pozzobon, sabemos que Pe. Celestino Trevisan e Ir. M. Terezinha
propuseram esta idéia aos membros do Movimento e mandaram fazer as
imagens. Foi em setembro de 1950, durante um retiro para homens, onde se
estimulou a oração do terço seguindo as sugestões dadas pelo Papa de
então, Pio XII.
É possível que, em Santa Maria, se tenham inspirado em exemplos como o
de Nueva Helvetia, mas deve-se levar em consideração que o costume de
fazer peregrinar imagens nas famílias já era conhecido no Brasil,
especialmente em regiões de colonização italiana. Também as Irmãs de
Maria, para preparar a inauguração da sua casa em Santa Maria, no ano de
1945, visitaram as famílias da paróquia com um ‘altar portátil da MTA’.
As anotações de João Pozzobon em seu diário, ainda antes do início da
Campanha, relatam também o seu desejo de fazer algo pela salvação das
famílias e que ele há mais tempo refletia o que poderia fazer pela Mãe
de Deus.
É interessante recordar que João Pozzobon, juntamente com outras
pessoas do Movimento, fez sua consagração de Carta Branca no Santuário
Tabor em 18 de outubro de 1950, pouco mais de um mês depois de iniciar a
Campanha, sob o lema ‘ser vítima para a santificação das famílias’. E,
na preparação para este dia, escreveu no seu diário que estava
consciente de ser chamado por Maria a uma missão e de estar preparado
‘para tudo’.
Corrigindo sem desvalorizar
Os dados aqui apresentados corrigem a versão da origem da Imagem
Peregrina Original ligada a Nueva Helvetia. Este fato, porém, não
diminui o valor nem de uma nem de outra iniciativa que tenha surgido nos
dois países, no sentido de levar a MTA e as graças do Santuário de
Schoenstatt às famílias. O povo latino-americano é ‘naturalmente’
mariano e recebeu a espiritualidade de Schoenstatt com muita abertura.
Podemos constatar esta realidade, facilmente, na história da Família
de Schoenstatt nesses países. Por isso, não é de admirar que tivessem
surgido tais iniciativas, tão semelhantes, mas que não precisam,
necessariamente, estar historicamente ligadas. Elas encontram sua raiz
na mesma aliança de amor com a Mãe e Rainha de Schoenstatt no seu
Santuário e são expressão, mesmo se não consciente, das palavras de
nosso Pai e Fundador em 15 de abril de 1948, perenizadas na carta de
Santa Maria: “Levem a imagem da Mãe de Deus e dêem-lhe um lugar de
honra em seus lares. Assim, estes se transformarão em pequenos
santuários, nos quais a imagem de graças atuará eficazmente, criando uma
terra santa na família, e formando santos membros da família.” Louvemos a Deus e nossa querida Mãe e Rainha porque estas palavras se tornaram realidade!
Os documentos citados no artigo pertencem à causa de canonização de
João Pozzobon. Para referências destes dados, consultar diretamente o
arquivo da causa: sionmari@terra.com.br
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