segunda-feira, 11 de março de 2013

SÃO MARTINHO DE PORRES, DE "FREI VASSOURA" A HERÓI DA IGREJA

É dia de falarmos de um dos gigantes de Cristo que caminharam sobre a Terra. Hoje falaremos de um dos meus heróis máximos, de um homem santo pelo qual nutro profundo respeito e devoção. Por causa do seu exemplo e de sua vida (isso é meu testemunho particular), abracei definitivamente a Cruz: São Martinho de Porres.

São Martinho é o padroeiro dos barbeiros (era barbeiro de profissão), dos mestiços e do Peru, entre outras coisas. Foi o primeiro santo negro da América, canonizado pelo papa João XXIII.

Martinho nasceu em 1597. Era filho de um nobre da Ordem de Alcântara (uma Ordem Militar criada ainda na época do Reino de Leão, pré-unificação espanhola), João de Porres, e de uma escrava alforriada chamada Ana Velásquez. Não viveu na bastardia; foi reconhecido pelo pai, que os levou a Guayaquil (atualmente no Equador).

Estudou o ofício de barbeiro, o que equivalia na época a ser médico e dentista. Muito jovem, Martinho ouviu o chamado de Deus e resolveu entrar na vida religiosa, ao ingressar na Ordem dos Irmãos Pregadores (dominicanos). Devido à sua condição social, tornou-se “donato”, que não é exatamente um frade, mas um serviçal, o ponto mais baixo da hierarquia dominicana.

Martinho queria vestir o hábito a todo o custo e, dentro das condições, foi o melhor que conseguiu. Seu pai ficou muito fulo porque considerava uma humilhação ao nome de sua família. Diante dessa polêmica, o santo saiu-se com a seguinte declaração:

“Eu estou contente neste estado porque no serviço de Deus não há inferiores nem superiores, e é meu desejo imitar o mais possível a Nosso Senhor, que se fez servo por nós.”

Martinho_de_PorresPelos seus conhecimentos médicos, assumiu a enfermaria do Convento de Nossa Senhora do Rosário, em Lima. Foi nessa época que recebeu a alcunha de Frei Vassoura, já que varria diariamente todo o convento. Onde se ia, lá está Martinho e sua inseparável “amiga”.

Dedicado e trabalhador, quando uma epidemia atingiu o Peru, Martinho superlotou o convento de doentes. O superior precisou intervir por medo do contágio, e sua irmã então cedeu sua casa para o santo frei poder locar mais doentes. Tratava de todos de maneira pertinaz e incansável.

Ao prior do convento, deu uma resposta desconcertante:

“Perdoa meu erro, e por favor me instrui, porque eu não sabia que o preceito da obediência se sobrepõe ao da caridade.”

Depois dessa, o prior não teve outra alternativa a não ser dar carta branca ao bom Martinho para fazer o que bem entendesse para cuidar dos enfermos.

São Martinho foi contemporâneo de Santa Rosa de Lima e de São Juan Macias, ambos dominicanos como ele (tava mal a ordem no Peru nessa época, não?). Ele os conheceu pessoalmente, e conta-se que com eles colaborou – com Santa Rosa na caridade e com São Juan como missionário.
martinho_de_porres_animais

S. Martinho tinha grande carinho pelos animais.

Com o corpo desgastado por tantos trabalhos, São Martinho faleceu com 60 anos, por absoluta exaustão. Ele era de um extremo rigor consigo mesmo: praticava jejuns “agressivos” e autoflagelação. Foi reconhecido como beato pela Igreja em 1837, e foi elevado aos altares como santo em 1962.

A vida de São Martinho foi muitas vezes levada à tela. A mais recente versão é de um filme de 2006. Além deste, vi mais duas adaptações dos anos 60, todos filmes peruanos, local onde existe uma forte devoção ao Frei Vassoura.

Amo muito São Martinho, e, do fundo coração, desse seu devoto, eu peço: São Martinho, rogai por nós!
Fiquem na paz de Nosso Senhor Jesus Cristo.



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