quinta-feira, 21 de junho de 2012

MARIA, ELA SEMPRE ESTEVE PRESENTE!


“...e a Mãe de Jesus estava lá” (Jo 2,1)

1. Maria foi escolhida por Deus contra todos os habituais critérios humanos. Escolheu uma moça pobre da Galiléia, que diante de seus vizinhos e parentes em nada se distinguia. Com essa POBRE moça Deus realizou o maior acontecimento da história da humanidade: Deus se fez homem. Mesmo com este fato, Maria viveu “na sombra” e na pobreza até o fim. Concebeu seu Filho numa casa pobre, deu-o à luz numa estrebaria e foi simplesmente a mulher do carpinteiro.
2. O ato mais digno e salvador da humanidade foi o SIM total que Maria de Nazaré disse ao seu Senhor. Ela aceitou ser Mãe de Jesus. Ela disse SIM a Deus e a toda a humanidade, em troca de muitos nãos, porque era imensamente pobre. Não havia nela nenhuma barreira e nenhuma restrição ao Senhor.
3. O SIM de Maria permitiu que Deus tocasse a natureza humana. A carne de Deus fez-se nosso irmão pela maternidade de Maria. Esta atitude demonstra o total despojamento de Maria: despojamento da vontade e do próprio corpo.
4. Os dados evangélicos sobre a história pessoal de Maria são poucos. Porém, suficientes para constatar seu serviço e sua solidariedade com os homens e mulheres em situações bem concretas.
Vejamos de que maneira, a primeira cristã, é exemplo para nós, os cristãos de hoje:
5. é de fidelidade: sempre disponível ao plano de Deus a seu respeito: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). Ela deu seu sim a esse desígnio de amor. Aceitou-o livremente na anunciação e foi fiel à palavra dada até o martírio da cruz. Foi a fiel companheira do Senhor em todos os caminhos. A maternidade divina levou-a a uma entrega generosa e total. O seu SIM dado livremente a Deus a solidariza com toda a humanidade fiel que espera a libertação. Disse SIM e assumiu todas as conseqüências;
6. é de Mãe: Maria, Mãe desperta o coração do filho adormecido em cada pessoa humana. Assim, nos leva a desenvolver a vida do batismo pela qual nos tornamos filhos. Ao mesmo tempo esse carisma materno faz crescer em nós a fraternidade e assim Maria faz com que a Igreja se sinta uma família. Jesus, então, vendo a sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis o teu filho”! Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe”! (Jo 19,26-27). Maria estava lá, aos pés da cruz, com lágrimas expressivas e reveladoras de uma indescritível solidariedade de Mãe.
7. é de fé: Maria viveu de fé e não de milagres: inteiramente confiante na palavra de Deus: “Feliz a que acreditou” (Lc 1,45). Sua fé não foi uma fé sem dificuldades, sem perguntas: “Meu filho, porque agiste assim conosco?” (Lc 2,48); mas não duvidou de Deus. Esperou contra toda esperança: Aos pés da Cruz quando o fracasso de Jesus parecia total, de pé, com dignidade e confiança está uma mulher (Jo 19,25); é a Mãe das Dores, a Medianeira, a Imaculada Conceição. É a mulher do SIM, que se torna mãe pela segunda vez. É a mulher, que não se deixa abalar pelo absurdo de ver seu Filho que é Deus morrer na cruz, mas continua caminhando conosco até a Ressurreição. Enquanto, peregrinamos, Maria será a mãe educadora da nossa fé.
8. é de intercessão: como Mãe da Igreja, implora com suas preces o dom do Espírito Santo: “Todos, unânimes, eram assíduos na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus ...” (At 1,14).
9. é de apostolado: “Modelo perfeito desta vida espiritual e apostólica é a bem-aventurada Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos. Enquanto levou na terra, vida igual à de todos, cheia de cuidados familiares e de trabalhos, estava sempre intimamente associada ao Filho, cooperando de modo absolutamente singular na obra do Salvador”[1].
Maria esteve sempre a serviço de todos:
10. em Belém: pelo nascimento de Jesus na pobreza, ela se solidariza com os marginalizados, para os quais nunca há lugar na hospedaria (Cf. Lc 2,7);
11. na visita à prima Isabel: revela o cotidiano do homem que luta pela infra-estrutura de suas necessidades básicas; pelo canto do Magnificat, Maria mostra a profética solidariedade que tem pelos oprimidos da terra, pois ela invoca a justiça de Deus, suplica em favor dos humildes e famintos. Ela sabe que Deus é sensível à humilhação do pobre. É a partir da libertação do pobre que ela exalta as maravilhas de Deus (Cf. Lc 1,49);
12. em Nazaré: a família de Jesus, Maria e José, viviam com simplicidade à custa de seu trabalho, dentro do grande plano de salvar a humanidade;
13. na fuga para o Egito: acompanhada de incertezas e medo, insegurança e risco, privações de toda ordem e fome, Maria participa de todos os fugitivos e perseguidos da história (Cf. Mt 2,13-14);
14. em Caná: sentindo o constrangimento da falta de vinho por parte dos noivos, solicita que Jesus faça o seu primeiro milagre (Cf. Jo 2,1-11); ela antecipou a revelação de seu Filho Jesus;
15. ao pé da Cruz: no encontro de Maria com Jesus, ao longo do Calvário, todos tinham fracassado e fugido. Maria acompanha o seu Filho e sofre com Ele. Ao pé da cruz, impotente, assiste a crucifixão de seu Filho (Jo 19,25). É nesse momento tão crucial que todos fomos redimidos e gerados como seus filhos;
16. no Cenáculo: no Pentecostes, Maria Santíssima foi solidária com os apóstolos, partilhando sua fé e sua vida. Colaborou no nascimento e na unidade da Igreja de seu Filho Jesus que nasce enriquecida pelo Espírito Santo e pela sua maternidade espiritual.
17. “Ver Jesus” é o anseio mais profundo do coração humano, mesmo sem o saber; em Jesus, Deus manifesta-se aos que o procuram e lhes oferece a vida em plenitude. “Queremos ver Jesus”, pediram os gregos a Filipe e André, que já estavam com Jesus. Os dois apóstolos não frustraram a busca daquelas pessoas, e levaram-nas a Jesus, que lhes manifestou a glória de Deus (Jo 12,20-22).
18. Hoje, a missão dos cristãos e da Igreja toda continua sendo a mesma: ajudar outros a se aproximarem de Jesus e a ter com ele um encontro pessoal. Jesus Cristo é o Caminho proposto por Deus à pessoa, à comunidade e à sociedade, para que estejam na Verdade e, por meio dele, tenham a Vida em abundância[2].
19. Anunciar Jesus Cristo é nossa missão. Mas, para anunciá-lo queremos primeiro acolhê-lo, conhecê-lo e amá-lo como Maria, como os apóstolos e apóstolas de todos os tempos. Queremos aprender a ver Jesus, não em visões passageiras, mas ver e ouvir Jesus no cotidiano das nossas comunidades onde Ele se torna presente; na leitura orante da Palavra, na Eucaristia e no rosto dos irmãos e irmãs sofredores sempre perto de nós.


FONTE:
[1] CONCÍLIO VATICANO II. Apostolicam Actuositatem, n. 4.
[2] Cf. CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Doc. n. 72, p. 5-6.

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