“Jornalista lança livro que revela tramas e intrigas no Vaticano” (Terra),
“Vazamento de cartas confidenciais do papa gera escândalo na Itália” (Época),
“Rede de intrigas” (Isto É),
“Manobras e confabulações dentro do Vaticano” (Veja).
Não se polemiza sobre o crime da violação de correspondência, não se questiona a veracidade das informações ou a idoneidade da fonte. Em vez disso, apenas se aproveita mais uma oportunidade para bater nesta instituição que dizem ser arcaica, ultrapassada, um grande incômodo.
Qual a origem dessa verdadeira implicância da maioria dos editoriais em relação ao catolicismo? Penso que não seja propriamente uma implicância (não há motivos para uma “teoria da conspiração”) e creio que o mal estar não nasce nas salas de edição. O problema é bem maior e anterior.
É bem verdade que a instituição católica adotou, desde o fim da Idade média até meados do século XX, uma postura insistentemente antimodernista e antiliberal. Só no concílio Vaticano II, inaugurado há 50 anos, a Igreja mudou o foco principal da crítica, do filosófico para o social.
Portanto, a implicância não é estética, mas comportamental. Não gostam da Igreja, mas não por considerá-la um monte de quinquilharias de museu. Não gostam da Igreja porque ela insiste em apresentar as mesmas respostas, certamente por considerá-las eternas (e hoje tudo é tão fugaz e momentâneo!).
Por: Juliano Ribeiro Almeida
padre católico da diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES
0 Comentarios "Por que a 'mídia' implica tanto com a Igreja Católica?"
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