Em 21 de setembro de 2010, com a Carta Apostólica
Ubicumque et semper, o Papa Bento XVI criou um novo Organismo na Cúria Romana
para assisti-lo em sua missão: o Pontifício Conselho para promover a Nova
Evangelização. A preocupação pela “nova evangelização” já não é tão nova; mas
ela apareceu mais claramente na 4ª. Conferência Geral do Episcopado Latino
Americano, em Santo Domingo (1992). Lá, foi tema central da Conferência, por
iniciativa do papa João Paulo II. Em seguida, a mesma questão esteve presente nas
assembléias Continentais do Sínodo dos Bispos, em preparação ao Grande Jubileu
do início do 3º milênio cristão.
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A 5ª. Conferência Geral do Episcopado da América
Latina e do Caribe, em Aparecida, em maio de 2007, também debruçou-se sobre
este desafio da Igreja, dando um endereço bem concreto àquilo que deveria ser a
“nova evangelização” no nosso Continente. No final da Conferência, ainda
reunidos na Basílica de Aparecida, os bispos conclamaram os católicos de todo o
Continente para uma “missão continental”. E isso queria significar, sobretudo,
que chegou a hora de realizar uma verdadeira “conversão pastoral e missionária”
de cada membro da Igreja, e de todas as suas organizações e instituições. É
preciso passar de uma pastoral de “mera conservação” para uma “pastoral
decididamente missionária”. Estamos apenas no início desse processo de
“conversão pastoral”, para que a “cultura missionária” passe a fazer parte do
dia-a-dia de nossa vida eclesial. Há muito que fazer e caminhar para que nos
tornemos uma “Igreja em estado de missão permanente”; mas será promissor para
dar nova vitalidade à Igreja no meio dos nossos povos para que, “em Cristo,
eles tenham vida”.
A decisão do Papa, de criar um Pontifício Conselho para promover, especificamente, a nova evangelização em toda a Igreja é certamente muito significativa. O Papa dá a entender a todos que este é um propósito seu, e deverá ser uma atitude da Igreja em todo o mundo, para responder aos desafios postos pela atual “mudança de época” na história da humanidade. Não podemos perder esta ocasião, se não queremos que a Boa Nova do Evangelho fique excluída da vida do povo – dos povos - e da nova cultura que está sendo gerada por muitos fatores. O novo Pontifício Conselho é especialmente importante para a Europa, onde o Catolicismo foi historicamente muito importante e marcou a vida e a cultura daqueles povos, mas hoje enfrenta grandes dificuldades.
A decisão do Papa, de criar um Pontifício Conselho para promover, especificamente, a nova evangelização em toda a Igreja é certamente muito significativa. O Papa dá a entender a todos que este é um propósito seu, e deverá ser uma atitude da Igreja em todo o mundo, para responder aos desafios postos pela atual “mudança de época” na história da humanidade. Não podemos perder esta ocasião, se não queremos que a Boa Nova do Evangelho fique excluída da vida do povo – dos povos - e da nova cultura que está sendo gerada por muitos fatores. O novo Pontifício Conselho é especialmente importante para a Europa, onde o Catolicismo foi historicamente muito importante e marcou a vida e a cultura daqueles povos, mas hoje enfrenta grandes dificuldades.
O conceito de “nova evangelização” poderia ser
mal entendido. De fato, não se trata de desconsiderar o trabalho evangelizador
já feito pelas gerações que nos precederam, ao longo dos séculos. Trata-se, ao
invés disso, de valorizar “de novo”, aquilo que elas já fizeram e que, talvez,
deixou de ser feito em muitos lugares. Estamos, claramente, diante de um
déficit de evangelização em nossos dias. Por outro lado, tempos novos requerem
anúncio novo do Evangelho, novas sínteses culturais e o recurso a novas
metodologias para evangelizar. O fato é que não podemos considerar a
evangelização, onde ela já foi feita, um fato consumado de uma vez por todas; a
bem da verdade, cada geração necessita ser evangelizada novamente e até mais de
uma vez ao longo da vida! Tanto mais, se considerarmos que, atualmente, a
passagem da fé, da “herança apostólica” e da vida eclesial não acontece mais de
forma automática. Há uma ruptura na corrente de transmissão da fé. Quanta
dificuldade representa, para os pais, a evangelização dos filhos! E quantos
pais católicos, lamentavelmente, já não consideram mais ser sua missão
evangelizar os filhos! Eis, pois, como é necessária uma “nova evangelização”!
A mesma preocupação aparece também no tema da 13ª
Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em 2012, cuja preparação já
começou: “A nova evangelização e a transmissão da fé cristã”. Hoje, de fato,
tornou-se crucial para a Igreja e o futuro do Cristianismo que a fé, a “herança
apostólica” enriquecida por 20 séculos de testemunho cristão, continue sendo
transmitida às novas gerações e produza frutos para a vida do mundo. A nova
evangelização tem a finalidade de continuar a suscitar discípulos missionários
de Jesus Cristo, também em nosso tempo, para que, em Jesus Cristo, nossos povos
tenham vida.
Fonte: Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo - SP
Arcebispo de São Paulo - SP
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